Eleições Directas
Eu acredito que o actual desprezo da sociedade pela politica poderia ser alterada com um sistema de eleições directas. Basta ver que nas autárquicas, em que as pessoas conhecem e sabem quem são as pessoas que estão a eleger a taxa de abestênção é bastante menor que nas legislativas.
A forma de implementar um sistema de eleição directa por circulos unipessoais, em que cada circulos apenas elege um deputado, é simples, basta dividir o país em pequenos circulos eleitorais, onde será eleito apenas um único deputado.
Isto pode ser feito agrupando freguesias, por forma a criar os referidos circulos com trinta e cinco a quarenta mil eleitores, num total de 230 circulos, um por cada lugar na assembleia.
Isto, obviamente, implica que o primeiro-ministro seja eleito directamente, pois será por certo mais dificil conseguir um consenço politico desta forma, uma vez que se deixaria de votar em partidos para se votar mais em pessoas.
O que ganhamos todos nós com isto? Bem, antes de mais passamos a conhecer o nosso representante na assembleia legislativa. Hoje talvez alguns cidadão mais informados talvez saibam quem são os seus representantes no parlamento, mas isso não se aplica à grande maioria dos portugueses, especialmente se quizermos ir além do cabeça de lista do seu districto.
Sabendo quem são os nossos representantes directos, mais facilmente cada um de nós lhe pode fazer chegar a sua opinião acerca dos temas em análise. E mais facilmente cada um dos deputados poderá organizar sessões de esclarecimento entre os seus eleitores sobre os temas em discussão.
Claro que para que isto funcione mesmo, estas sessões de esclarecimento deveriam ser algo obrigatório na agenda de todos os deputados.
E claro, se por alguma razão o deputado eleito não pudesse assumir as suas funções, seria substituido pelo candidato colocado em segundo lugar no circulo, não por um substituto proposto pelo partido.
Queremos mesmo trazer a politica para as ruas? Assim é por certo uma das melhores formas. Claro que pode ter consequências estranhas, como serem eleitas pessoas com uma formação menor, em vez dos pseudo-doutores e engenheiros que por lá andam hoje. Mas isso é uma vantagem secundária do sistema.
E as dificuldades daí resultantes seriam facilmente colmatáveis pela contractação de acessores qualificados. Já sei, o que em muitos casos não iria acontecer, mas por certo não seria pior do que é hoje.